A Polícia Civil de Mato Grosso, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta sexta-feira (14.03) a Operação Cenário Montado. A ação tem como objetivo desarticular um esquema criminoso envolvendo fraudes em licitações públicas, praticado por meio de empresas do setor de produção de eventos e shows. Entre os alvos da operação estão empresários e funcionários suspeitos de integrar o grupo, que é investigado por crimes como fraude à licitação, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
Durante a operação, foram cumpridas 58 ordens judiciais, incluindo 13 mandados de busca e apreensão, nove de sequestro de bens e valores, e 27 ordens de quebra de sigilo (nove bancárias, nove fiscais e nove relacionadas a dados dos investigados). Além disso, nove empresas envolvidas tiveram suas atividades suspensas. Entre os bens apreendidos estão 18 veículos pesados (caminhões, reboques e semirreboques), 13 veículos de passeio, quatro embarcações, duas motocicletas, três imóveis e o bloqueio de valores que ultrapassam R$ 2,5 milhões.
A operação, coordenada pelos delegados Pablo Borges Rigo e Adriano Marcos Alencar, faz parte do planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso no combate às facções criminosas, integrando a Operação Inter Partes e o programa Tolerância Zero, do Governo do Estado.
Como Funcionava o Esquema
O grupo criminoso utilizava empresas de fachada ou “laranjas” para registrar organizações formalmente. Com os CNPJs obtidos, participavam de licitações públicas, simulando uma competição que, na realidade, não existia. Dessa forma, garantiam que uma das empresas vinculadas ao esquema fosse sempre a vencedora. As investigações revelaram que essas empresas não possuíam estrutura física, funcionários ou movimentação financeira compatível com os contratos firmados, sendo criadas exclusivamente para fraudar licitações e desviar recursos públicos.
Próximos Passos
As investigações continuam em andamento, com a análise do material apreendido e o rastreamento dos recursos desviados. Novas fases da operação não estão descartadas, conforme a Polícia Civil e o Gaeco aprofundam os trabalhos.
O Nome da Operação
O termo “Cenário Montado” reflete a dinâmica do esquema fraudulento, em que as empresas de fachada simulavam uma concorrência legítima em licitações públicas. O nome destaca o caráter forjado do processo, que foi meticulosamente planejado para enganar a administração pública e desviar recursos.
