O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta terça-feira (29) o contraventor Rogério Andrade, maior bicheiro do Rio e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Uma nova denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), que levou à Operação Último Ato, afirma que o bicheiro mandou matar o rival Fernando Iggnácio.
A disputa pelo controle do jogo do bicho e máquinas de caça-níqueis teve origem com Castor de Andrade, poderoso contraventor que faleceu em 1997. Considerado por Castor como o sucessor ideal, Iggnácio herdou o império e o expandiu. Rogério, sobrinho de Castor, entrou na disputa ao começar a investir em caça-níqueis nos anos 90, invadindo territórios de Iggnácio e iniciando uma sangrenta guerra familiar, com ao menos 50 mortes.
Em março de 2021, Rogério foi denunciado pelo mesmo crime, mas em fevereiro de 2022 a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) trancou a ação penal contra ele por falta de provas. Agora, uma nova investigação do Gaeco revelou outras execuções e o envolvimento de Gilmar no monitoramento de Iggnácio antes do assassinato. Em abril deste ano, Rogério conseguiu remover a tornozeleira eletrônica, com decisão do ministro Kassio Nunes Marques, após um ano e meio sob vigilância, cumprindo também recolhimento domiciliar noturno desde a 2ª fase da Operação Calígula em agosto de 2022, quando Rogério e seu filho Gustavo foram presos e depois fugiram. Na ocasião, mais de 30 pessoas foram denunciadas, incluindo delegados como Marcos Cipriano e Adriana Belém. Gustavo, considerado o “Príncipe Regente” da organização, ocupava a segunda posição na posição liderada pelo pai.